Trabalhadores, jovens e aprendizes serão direcionados para o Pronatec.
Por:
Alexandro MartelloDo G1, em Brasília
Os ministros do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, e
da Educação, Aloizio
Mercadante, firmaram nesta terça-feira (17) acordo de cooperação
técnica que institui o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
(Pronatec) na modalidade Trabalhador – que passará a englobar, além das pessoas
que solicitam o seguro-desemprego pela segunda vez em dez anos, os
trabalhadores que buscam vagas no Sistema Nacional de Emprego (Sine), e,
também, jovens e aprendizes. A novidade começa no próximo ano.
Com o acordo, informou o Ministério do
Trabalho, os antigos repasses de qualificação profissional para Organizações
Não-Governamentais (ONGs) e Organizações da Sociedade Civil de Interesse
Público (Oscips) deixarão de existir, ficando o MTE com a demanda técnica dos
cursos e intermediação de mão de obra. A formação e qualificação profissional
dos trabalhadores passará a ser feita pelo Pronatec por meio de repasse direto
às instituições de formação técnica, informou o governo.
Operação Esopo
A medida foi tomada após a deflagração, em
setembro, da "Operação Esopo" - que combateu fraudes em licitações e
desvio de recursos públicos, em 10 estados e no Distrito Federal. Segundo a PF,
o esquema criminoso funcionava com a participação de uma Oscip e de empresas,
pessoas físicas, agentes públicos, prefeituras, governos estaduais e
ministérios do governo federal. Em cinco anos, o prejuízo seria de R$ 400
milhões. As denúncias chegaram a atingir o então secretário-executivo da pasta,
Paulo Roberto Pinto, que pediu demissão.
Situação dos convênios
Segundo o ministro do Trabalho, logo após a
operação da PF, foram cancelados os convênios nos moldes em que haviam sido
feitos anteriormente. Entretanto, de acordo com ele, os valores ainda continuaram
sendo liberados nos próximos meses – após análise do Ministério do Trabalho –
para cerca 200 cursos de qualificação profissional. "Não poderíamos
prejudicar os trabalhadores que estavam participando dos cursos", disse
ele.
De acordo com Manoel Dias, estes cursos que
continuavam recebendo recursos terminaram e não serão repedidos. Ele
acrescentou que, atualmente, há dois convênios em andamento, um em São Paulo e
outro no Rio de Janeiro, que terminam em abril do próximo ano - e também não
serão renovados. "Prorrogamos o prazo porque o Departamento Técnico
entendeu ser razoável", disse o ministro.
Ele acrescentou que serão mantidos apenas os
convênios com o Sine e com o programa de economia solidária – que está dentro
do "Brasil sem Miséria". "Foram convênios firmados no sentido de
resgatar populações excluídas, organizá-las para gerar renda. Foram todos
analisados e todos foram considerados normais e bem executados", declarou
Manoel Dias.
Acordo firmado
Pelo acordo firmado nesta terça-feira, o Pronatec
será utilizado na formação e qualificação profissional de trabalhadores do
Pró-Jovem, do Ministério do Trabalho, que abrange pessoas de 18 a 29 anos para
cursos de formação inicial e continuada (gestão e negócios, saúde, produção
industrial e segurança, entre outros). Para 2014, a expectativa é de 250 mil
vagas.
O Pronatec também passará a abranger os cursos
direcionados para aprendizes. Neste caso, são para jovens entre 15 e 24 anos.
Segundo o Ministério da
Educação, a ideia é fazer um pagamento para que as micro e pequenas
empresas, que não são obrigadas a contratarem aprendizes, estimulando-as a
fazê-lo mesmo assim. A bolsa seria de R$ 10 por hora aula de cada jovem. Para o
ano que vem, a previsão é de 150 mil vagas nesta modalidade.
Além disso, o Pronatec também passará a ofertar
vagas para qualificar os trabalhadores que buscam emprego no Sistema Nacional
de Emprego (Sine). Juntamente com as pessoas que solicitam o seguro-desemprego
pela segunda vez em dez anos, essa modalidade oferecerá 500 mil vagas em 2014,
informou o governo federal.
Outra novidade anunciada é a melhoria do portal Mais Emprego
- atualmente utilizado para fazer a habilitação do seguro-desemprego. A partir
do ano que vem, o governo quer publicar, no site, as ofertas de vagas e,
também, de profissionais em cada área de formação. Atualmente, os trabalhadores
têm de ir nas agências do Sine para saber quais são as vagas disponíveis.
Também haverá integração do Sistema Nacional de
Informações da Educação Profissional e Tecnológica (Sistec) com o Sistema MTE
Mais Emprego, para o acompanhamento e a inserção profissional dos alunos
atendidos pelo Pronatec, informou o governo. "Eles poderão, em um único
sistema, encontrar as vagas que precisam no mercado de trabalho, sem a
necessidade de comparecer a uma agência do SINE ou Superintendência",
acrescentou o Ministério do Trabalho.
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